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QUINTA-FEIRA, 09 DE DEZEMBRO DE 2010 | 8:49
 
BNDES planeja liberar R$ 146 bi em 2011
 
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse ontem que os incentivos ao financiamento privado de longo prazo planejados pelo governo modificarão a composição dos desembolsos do banco em 2011, interrompendo o crescimento iniciado em 2008. No entanto, ele indicou que, após alta de 125% entre 2007 e 2010, a intenção é manter o banco no patamar dos R$ 146 bilhões que devem ser liberados este ano.

A mudança, explicou, seria um foco maior do BNDES nos projetos de infraestrutura, que demandam prazos mais longos, e de inovação, que têm risco mais alto. Para ele, boa parte do financiamento aos investimentos da indústria começará a ser absorvida pelo crédito privado de longo prazo, que o governo promete incentivar com medidas a serem anunciadas ainda este mês. "Estamos finalizando um conjunto de entendimentos com o Ministério da Fazenda para calibrar espaços onde o setor privado poderá ampliar a sua presença e o BNDES encolher um pouco. Na margem, o bolo do investimento está crescendo e o financiamento tem que ser absorvido por outras fontes privadas, de modo que a gente possa, mais ou menos, estabilizar o BNDES", disse ele, após participar do seminário Diálogos capitais, da revista Carta Capital, no Rio.

"Vamos tentar também criar instrumentos via mercado de capitais para financiar a infraestrutura, mas não parece realista que, no curto prazo, o financiamento (privado) muito longo possa chegar à infraestrutura." Os desembolsos do BNDES somaram R$ 140,9 bilhões entre janeiro e outubro. Desse total, 50% foram para a indústria e 29% para a infraestrutura. Parte da redução da participação da indústria nos financiamentos do banco poderia vir do fim do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que subsidia o crédito para a aquisição de bens de capital, previsto para março.

Coutinho indicou que o governo ainda não bateu o martelo sobre o fim do programa, criado para combater a queda do investimento na crise, em julho de 2009, e que já foi prorrogado três vezes. "É um programa muito valioso, então deveríamos ainda pensar", disse.

Fonte: Jornal do Commercio
 
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