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QUARTA-FEIRA, 08 DE DEZEMBRO DE 2010 | 9:27
 
Venda de equipamentos sobe 70% no ano
 
O aumento dos investimentos em infraestrutura, construção pesada e construção civil - impulsionado pela forte retomada de investimentos públicos e privados pós-crise - fizeram com que a indústria de máquinas e equipamentos pesados tivessem um crescimento de 82% de janeiro a setembro, depois de uma queda de 24,5% durante todo o ano de 2009. A projeção é fechar o ano com uma alta de 70%, contra uma estimativa inicial de 47% de crescimento nas vendas internas. Somente este ano, devem ser vendidas 70.530 unidades de equipamentos de construção.

Os dados são da Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema) e foram divulgados ontem (02) no lançamento da 4ª edição do Anuário Brasileiro de Equipamentos para Construção - Anuário M&T 2010-2011 (clique aqui e acesse a galeria de fotos), a mais completa publicação da categoria e que inclui todo o maquinário usado em infraestrutura, construção civil, mineração e agricultura no Brasil.

O volume de máquinas de 2010 bateu o recorde da indústria, alcançado em 2008, quando foram vendidas 53 mil unidades de máquinas e equipamentos. "Superou e muito as melhores expectativa que tínhamos", diz Mario Humberto Marques, presidente da Sobratema.

O crescimento do mercado nacional coincide com o recuo de dois importantes mercados: Europa e EUA. As vendas médias de equipamentos na Europa entre 2005 e 2009 era de 162 mil unidades ao ano. A expectativa é que essa média caia para 109 mil entre 2010 e 2014. O continente, que representou 18% das vendas globais em 2005, recuou para 7% em 2010, segundo a Off-Highway Research, empresa especializada em pesquisas do setor. Na América do Norte, as vendas médias saíram de 174 mil entre 2005 e 2009 para 99 mil até 2014 e a representatividade nas vendas mundiais caiu de 20% para 5%. Segundo Marques, sobraram máquinas em países da Europa, como Espanha e Itália, que estão vindo para o Brasil.

Com o câmbio favorável, as importações cresceram - estimuladas, ainda, pelo fenômeno chinês. A Sobratema não divulga dados sobre importação, mas o presidente da entidade afirma que, dependendo do tipo de equipamento, houve um aumento de, pelo menos, 30%. "O custo Brasil, a questão do câmbio e o custo tributário atrapalham o nosso mercado", afirma Marques, que também é diretor da Andrade Gutierrez. Por outro lado, no entanto, o setor goza de benefícios importantes, como a linha do Finame, que financia máquinas a uma taxa de juros média de 5,5% ao ano.

Como em vários outros mercados, a China roubou a cena nos últimos cinco anos. Sozinha, abocanhou metade do que é vendido no mundo - saiu de uma participação de 16% no mundo para 66% este ano. A capacidade produtiva chinesa em 2010 está em 254 mil unidades e a projeção é de atingir 425 mil unidades. "Já tivemos duas feiras este ano e o apetite dos chineses é impressionante".

Com tanta produção, o setor enfrenta um desafio importante: o aumento da frota de equipamentos novos e alto volume de estoques. Até por conta disso, a alta expressiva da venda este ano no país não será mantida. A expectativa é que o setor cresça um pouco acima de 10% ao ano até 2015, mesmo com a previsão de muitas obras pela frente. O setor de infraestrutura (incluindo Copa do Mundo, Olimpíada, energia, mineração, saneamento, construção civil, shoppings, hospitais e universidades) irá investir R$ 1,3 trilhão até 2016.

O mercado de locação, cujos preços subiram entre 20% e 25%, já começam a recuar em algumas cidades. A procura é maior na construção de edifícios.

Fonte: Valor Econômico
 
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