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TERÇA-FEIRA, 13 DE NOVEMBRO DE 2012 | 16:00
 
Mudar para crescer
 
Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), divulgada na última semana, a qualidade das estradas brasileiras, por onde se escoam 75% da produção do país, caiu pela segunda vez consecutiva. Ou seja, fica evidente a necessidade de investimentos em melhorias. O momento é um dos mais oportunos para a geração de negócios neste setor, que continua em posição de destaque no Brasil, já que nunca se evidenciou tanto a necessidade de uma reforma na infraestrutura brasileira.

Segundo o levantamento da CNT, quase 30% dos 95.707 quilômetros de rodovias do país estão em ruim ou péssimo estado de conservação. A pesquisa analisou aspectos como a pavimentação, sinalização e geometria de estradas do Brasil, sendo 65.273 quilômetros de rodovias federais e 30.434 quilômetros de rodovias estaduais. O estudo mostrou ainda que são necessários R$ 190 bi em investimentos no setor para que esta situação seja melhorada.

E não é só isso. Das rodovias avaliadas, 80.315 quilômetros estão sob gestão pública e 15.392 quilômetros sob gestão de concessionárias. Se comparada com a pesquisa do ano passado, a qualidade das estradas concessionadas se manteve estável, com índice de "bom e ótimo" de 86,9% em 2011 e 86,7% em 2012. Por outro lado, as rodovias sob gestão pública puxaram o índice geral para baixo: em 2011 33,8% destas estradas estavam em ótimas ou boas condições, enquanto a nova pesquisa mostrou que agora o índice é de 27,8%.

Existe muito a ser feito e não temos muito tempo para pensar em projetos mirabolantes e fórmulas de investimento que não funcionam. O governo federal já apontou as saídas para a melhoria desta situação e temos que agora, mais do que nunca, focar nossos esforços a fim de mudar este cenário repleto de falhas e desvios tortuosos.

Com uma Copa do Mundo e uma Olimpíada a caminho, o Brasil já passou da hora de investir "pesado" em infraestrutura. Precisamos melhorar nossa condição de competitividade por meio de uma logística mais aprimorada, afinal de contas, outra recente pesquisa, desta vez da Confederação Nacional da Indústria (CNI), apontou que o transporte corresponde a 30% do valor dos produtos, logo, estradas ruins aumentam ainda mais o preço do produto final, encarecendo, por exemplo, tudo o que chega à mesa do trabalhador.

É fundamental que seja estabelecido um planejamento de médio e longo prazo que possibilite um investimento constante e em grande escala para reestruturar as condições de escoamento da produção, sem que isso onere ainda mais o valor dos produtos. Esta é a grande chance do País mudar radicalmente sua trajetória e aproveitar para crescer tanto interna quanto externamente.

Os projetos têm que sair do papel e do bolso daqueles que pretendem investir em infraestrutura no Brasil. O terreno é o mais propício para isso. Temos espaço e demanda por grandes obras, que precisam de muita mão-de-obra, ou seja, emprego para muitos e negócios a perder de vista. Além disso, fabricamos equipamentos e tecnologia de ponta para atender a este setor e temos todo o potencial para nos tornarmos um país exemplo no que diz respeito a nosso sistema modal de transporte.

É hora de arregaçar as mangas e mostrar que o Brasil é um país competitivo e ávido por alcançar um dos principais lugares da economia mundial, afinal de contas, temos tudo a nosso favor para sermos líderes mundiais: recursos naturais, localização e trabalhadores. Resta-nos capacitar estruturalmente o nosso país para trilharmos a estrada de sucesso que vem por aí.

Já faz algum tempo que o debate sobre o setor vem sendo realizado por meio de iniciativas como o Brazil Road Expo 2013 - evento Internacional de Tecnologia em Pavimentação e Infraestrutura Viária e Rodoviária, que reúne num só local, todos os elos da cadeia de infraestrutura viária e rodoviária e que está em sua terceira edição. São ações deste tipo, que farão com que as grandes oportunidades que o país apresenta sejam ponto de partida para melhorias que perdurem e que tragam desenvolvimento e competitividade ao Brasil.

Fonte: Diário de Cuiabá
 
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