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TERÇA-FEIRA, 25 DE SETEMBRO DE 2012 | 12:50
 
Setor de papel e celulose sofre reflexos da crise no mercado externo
 
O cenário econômico é de longe o pior dos últimos cinco anos para o setor de papel e celulose, que vai fechar o ano de 2012 com perdas importantes, principalmente no comércio exterior.

O diagnóstico é da presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth de Carvalhaes, que proferiu a palestra de abertura do 18º Simpósio Intersindical de Negociações Coletivas das Indústrias de Celulose, Papel, Papelão e Artefatos, aberto nesta quinta-feira (20/9), em Salvador, no Grand Hotel Stella Maris, e que prossegue até sexta-feira, 21.9.

Fortemente dependente do comércio internacional, o segmento, de acordo com Elizabeth de Carvalhaes, se ressente do prolongamento da crise nos países da Zona do Euro e nos Estados Unidos, que registram baixo crescimento do PIB, incluindo a China, onde a previsão de crescimento da riqueza interna para 2012 é de 8%, bem abaixo da realidade que vinha apresentando. "O que a gente não consegue prever ainda é que estas crises estão se estendendo e nós precisamos das exportações para a Europa para sair desse cenário volátil que se instalou desde 2008", observa Elizabeth.

Ela explica que ao contrário de outros setores da economia, que puderam se beneficiar da redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para alavancar suas vendas, atualmente há um esgotamento da demanda. Em relação à demanda por papel, ela também cresce no país, mas na mesma proporção que cresce a fraude fiscal na importação, com 40% do volume sendo importado como material imune de tributação.

"O mercado editorial consome 400 mil toneladas por ano. No Brasil, são importadas 1,2 milhão de tonelada de papel imune de impostos. A diferença entre o que é consumido e o que é importado é fraude fiscal", contabiliza a dirigente da Bracelpa, para quem, a prática está comprometendo o desempenho do setor n o mercado interno.

O presidente do Sindipacel, sindicato que representa as indústrias de papel e celulose na Bahia, Jorge Cajazeira, observa que a crise na Europa tem sido, de alguma forma compensada pelo crescimento das encomendas pela China. Este e outros temas, como a consolidação de uma estratégia única de ação entre os sindicatos patronais em relação às negociações coletivas, a terceirização de serviços, a política de incentivos fiscais do governo, a crise na Europa e a valorização do dólar estão entre os que serão tratados pelos presidentes de sindicatos das indústrias de celulose que participam do encontro.

Para Cajazeira, trata-se de uma oportunidade de se discutir as questões mais importantes com setor, que representa investimentos de US$ 7 bilhões na Bahia, ocupa o primeiro lugar na pauta de exportações e o segundo lugar no PIB baiano, depois da petroquímica. "Esperamos que o setor possa sair mais fortalecido desse evento, com suas estratégicas consolidadas", acrescentou o presidente do Sindpacel.


CÓDIGO FLORESTAL

A abertura do evento contou com a presença do secretário de Meio Ambiente do Estado, Eugênio Spengler, que aproveitou a oportunidade para comentar a aprovação do Código Florestal, no Congresso Nacional, considerado um marco importante para que a Bahia possa agora ter a sua política estadual de florestas. "Vamos ter que sentar com todos os setores para dar efetividade ao que foi aprovado nacionalmente também no âmbito estadual", destacou o secretário.

O vice-presidente da Federação das Indústrias da Bahia, Reinaldo Sampaio, também participou da solenidade de abertura, representando o presidente José de Freitas Mascarenhas. Na oportunidade, ele reafirmou a confiança da federação no setor de papel e celulose para o desenvolvimento do estado.

Na avaliação de Sampaio, a Bahia deverá manter a liderança no segmento de papel e celulose por conta de suas vantagens climáticas e geográficas. "O setor continuará investindo em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia buscando o desenvolvimento de atividades produtivas", acrescentou. Em seu discuro, ele pontuou a necessidade de a Bahia rever suas limitações logísticas, de forma a poder contribuir para atender às demandas do setor produtivo.

Fonte: Painel Floresta
 
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