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SEGUNDA-FEIRA, 27 DE JUNHO DE 2011 | 14:46
 
Volvo produzirá em Curitiba o primeiro ônibus híbrido brasileiro
 
O primeiro veículo híbrido brasileiro será fabricado em Curitiba (PR) pela Volvo. Depois de disputar o projeto com as fábricas da montadora na Índia e México, a subsidiária brasileira venceu o direito de produção de uma versão que segue o modelo já produzido pela empresa na Suécia e na Polônia. Autorizados pela Prefeitura de Curitiba, três consórcios de empresas de transporte do município vão comprar o primeiro lote, de 60 unidades, que estará disponível até o final de 2012.

Para esse projeto, a Volvo do Brasil investirá US$ 10 milhões, um volume de recursos que se soma aos R$ 70 milhões anunciados em fevereiro para a operação de caminhões e ainda os R$ 80 milhões que deverão ser definidos nos próximos dias para a área de pintura de cabines, segundo o presidente mundial da divisão de caminhões, Staffan Jufors, revelou ao Valor na semana passada. Dependendo da aceitação do sistema híbrido e da expansão dessa tecnologia em ônibus articulados e biarticulados, os investimentos podem aumentar.

Com dois motores - um a diesel e outro elétrico -, o ônibus híbrido custa cerca de 70% mais que um convencional com as mesmas características. Ou seja, o preço do novo veículo a ser fabricado no Brasil ficará em torno de R$ 650 mil a R$ 700 mil. Nesse tipo de sistema, o motor elétrico é abastecido nas frenagens. Ou seja, a energia da desaceleração é utilizada pelo motor elétrico para carregar as baterias. Isso facilita a funcionalidade do sistema na área urbana, principalmente em regiões congestionadas, onde os veículos param e aceleram diversas vezes ao longo do dia. O motor a diesel entra em ação em velocidades altas.

O híbrido de hoje representa uma economia de 35%, segundo o presidente da divisão de ônibus da Volvo na América Latina, Luis Carlos Pimenta. "Mas nas próximas gerações esse índice tende a aumentar", afirma. Na chamada fase de pré-produção, de junho a dezembro de 2012, a fábrica de Curitiba produzirá 80 unidades do híbrido. Mas Pimenta espera que os negócios cresçam a partir da necessidade da pressão ambiental. Num híbrido, a redução de poluentes chega a 80% na comparação com um veículo convencional.

Para lidar com a nova tecnologia, a Volvo contratou 20 engenheiros. Os operários que já trabalham na fábrica de Curitiba serão treinados para aprender a lidar com a inclusão da eletricidade nos veículos. A bateria, que pesa 500 quilos, será importada da China, segundo Pimenta.

O modelo híbrido se junta às experiências com energias alternativas no transporte público brasileiro. Há poucos dias, a Scania, outra sueca que concorre com a Volvo no segmento de caminhões e ônibus, acertou a venda de 50 ônibus movidos a etanol para a Viação Metropolitana, que opera o transporte na cidade de São Paulo.

Na Suécia, já circulam ônibus da Scania movidos a etanol. O combustível é importado do Brasil. A Volvo não se interessou pelo etanol. Prefere os híbridos. Já está, inclusive fabricando caminhões híbridos em duas fábricas na Europa: uma na Suécia e outra na Bélgica. Segundo os dirigentes da empresa, em Gotemburgo, o preço da tecnologia híbrida em caminhões hoje faz com que o valor final do caminhão chegue a ser o dobro do convencional.

No caso dos caminhões, a tecnologia é mais usada nos veículos que operam na distribuição de produtos nos centros urbanos, diz a responsável pelos negócios com energias alternativas da Volvo na Suécia, Christina Eriksson. Segundo a executiva, como o motor elétrico é abastecido nas frenagens, o uso nas cidades é o mais adequado para essa tecnologia.

Fonte: Valor
 
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