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QUINTA-FEIRA, 17 DE MARÇO DE 2011 | 14:41
 
Iveco aposta nos setores de mineração e construção civil
 
A Iveco, fabricante de caminhões responsável por 20% do faturamento do Grupo Fiat no mundo, encara os mercados de mineração e de construção civil como os segmentos para continuar a expandir suas operações no Brasil. O primeiro passo nessa direção foi a venda de 45 unidades do modelo Trakker 8x4, cujo preço de lista é de R$ 532 mil, para a Namisa - mineradora controlada pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) - para suas operações da Casa de Pedra, localizada em Congonhas (MG).

Além do lote fechado, outros 34 caminhões de apoio de tipos diferentes da marca italiana, com valores médios de lista de R$ 250 mil cada, foram vendidos para a mineradora para auxiliar na remoção de sua produção.

"Importamos o veículo direto da nossa fábrica na Espanha por causa da tendência de crescimento da exploração de minérios no Brasil e pelo constante crescimento do setor de construção civil em todo o território nacional", disse o diretor de Vendas e Marketing da Iveco do Brasil, Alcides Cavalcanti. "Pelos próximos três ou quatro anos devemos manter as vendas em um ritmo de crescimento na casa de 10% ao ano no Brasil", disse o executivo.

Para alcançar essa meta, o diretor afirmou que a montadora já negocia com outras mineradoras e grandes empreiteiras a venda de mais caminhões do mesmo modelo vendido à Namisa. Segundo ele, a grande vantagem do produto importado é a maior capacidade de carga que o seu equivalente fabricado pela própria Iveco no Brasil, mas ainda assim é menor que um veículo super pesado que transporta até 200 toneladas. "A capacidade líquida do modelo Trakker 8x4 é de até 40 toneladas e não demanda tanto espaço de pátio de manobras e estrada dentro das minas, tem custo operacional reduzido e roda praticamente 24 horas por dia", afirmou Cavalcanti.

Expansão no Brasil

O ano de 2011 será marcado para a Iveco como o último do plano de expansão que prevê a injeção de R$ 570 milhões na América Latina. Desde 2007, foram destinados R$ 30 milhões para o Centro de Desenvolvimento e outros R$ 80 milhões para a expansão da linha de produção de semipesados e pesados na fábrica de Sete Lagoas, em Minas Gerais.

O reflexo desse investimento é visto no volume produzido pela companhia. De acordo com os números da Iveco, de 2000 a 2007, foram montados 30 mil veículos. Já nos dois anos seguintes o mesmo número foi batido pela empresa e a previsão para 2011 e 2012 é de que a produção ultrapasse a soma das unidades produzidas nos anos anteriores. A previsão para 2011 é de fabricar 22 mil caminhões além do lançamento de duas novas linhas de produtos. Na América Latina, a Iveco tem três fábricas. Além do complexo industrial de Sete Lagoas, a empresa possui uma unidade em Córdoba, na Argentina, que existe há 40 anos, e outra em La Victoria, na Venezuela, criada há 55 anos. Ambas produzem caminhões médios e pesados.

Essa meta de aumentar o ritmo de produção teve uma importante contribuição no mês de fevereiro. A empresa registrou recorde de produção de semipesados e pesados na fábrica brasileira, com 1,141 mil unidades e o recorde de média diária de produção, que atingiu o pico de 194 veículos por dia. No total, considerando veículos leves e médios, o número de unidades prontas no segundo mês do ano foi de 3,873 mil.

Segundo dados da empresa, o mercado de veículos de até 2,8 toneladas no primeiro bimestre do ano expandiu 38 %. Nesse mesmo período, a companhia afirmou que suas vendas registraram alta de 78 %. "Atualmente, neste mercado, registramos 9,1 % de market share e devemos aumentar em 1 % até o fim de dezembro", previu Cavalcanti ao informar que cada ponto de porcentagem representa R$ 250 milhões em faturamento.

"Em janeiro de 2012, começa a vigorar a nova legislação de emissão de gases para reduzir a poluição de veículos pesados, batizada de Euro V. Esperamos uma antecipação de vendas ainda para o segundo semestre que deve alcançar de 15 % a 20 % por conta disso", avaliou Cavalcanti. "O preço dos caminhões ficará entre 10% e 15 % mais caro e muitos clientes devem renovar itens da frota para se adaptarem à lei".

Fonte: DCI
 
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