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LUNES, AGOSTO, 13, 2012 | 11:4 | |
Mineração: indústria da vez, mas com muitos desafios e obstáculos a enfrentar | |
Depois de muito se falar e discutir sobre o mercado de Petróleo e Gás no Brasil, o setor de mineração está ganhando um lugar de destaque na economia brasileira. Este é o segmento privado que mais se investe no Brasil de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Segundo o orgão, a indústria será responsável, até 2015, pelo investimento recorde no País de mais de U$$ 68 bilhões, Esse maior interesse por projetos minerais tem como pano de fundo o cenário de demanda aquecida que vem sendo puxada por alguns fatores: aumento da população mundial, crescimento da economia dos países que fazem parte do bloco dos BRICS, a demanda em alta por investimentos em infraestrutura e grandes projetos ligados, principalmente, à realização no Brasil da Copa do Mundo de Futebol e das Olimpíadas.
Nessa indústria, que está se fortalecendo cada vez mais, o minério de ferro se apresenta como principal produto a receber os investimentos previstos para mineração, em função principalmente do apetite chinês que mesmo mostrando sinais de diminuição ainda é responsável por grande parte das exportações brasileiras. O Ibram prevê que serão aplicados neste segmento cerca de US$ 45 bilhões nos próximos cinco anos, ou seja, mais de 60% do total de investimento previsto. Esse investimento deve elevar em 112% a produção de minério de ferro de 2012 a 2015, chegando a 787 milhões de toneladas no período. Além da China, também procuram por commodities minerais os países em desenvolvimento como o Japão, que terá que aumentar a demanda de minério em função do processo de reconstrução pelo qual passa o país, após os danos provocados por terremoto seguido de tsunami em março de 2011. Já a demanda doméstica também deve se manter aquecida nos próximos anos em razão do desenvolvimento de programas de infraestrutura e da implantação de grandes projetos ligados, principalmente, à realização no Brasil da Copa do Mundo de Futebol e das Olimpíadas.
Este cenário de elevada demanda da indústria de mineração contribui para que o setor continue apresentado não somente bons resultados ao País, mas também uma longa lista de desafios e gargalos pela frente que limitam ainda mais o crescimento da indústria. Entre eles estão a dificuldade na obtenção de licenças ambientais, a demora na entrega de equipamentos e a relação com a cadeia produtiva. Além disso, as companhias que atuam no setor terão de demonstrar habilidade para negociar com os clientes num cenário de volatilidade de preços gerada pela crise financeira global e saber lidar com a competitividade por preços menores do minério da China, um gigante asiático no setor. Vale a pena citar também o gargalho que existe no Brasil em relação à Logística. Esse ponto é um desafio para o País já que os custos logísticos muitas vezes inviabilizam alguns projetos de mineração. A realidade de hoje é que existe a necessidade de maior investimento em infraestrutura logística brasileira (portos e ferrovias, entre outros), além da questão da competitividade do preço do minério no mercado asiático frente ao minério oriundo da Austrália, em função da proximidade entre eles.
Em uma área que tem um déficit de centenas de engenheiros e de técnicos, a falta de mão de obra e a limitada qualificação dos profissionais para atuarem nessa atividade são outros obstáculos no cotidiano das mineradoras, e estão entre as questões mais urgentes a serem resolvidas pelas companhias. A escassez de trabalhadores e as carências em baixa capacitação se tornaram uma dor de cabeça para a indústria. Dados da Confederação Nacional da Indústria mostram que o País forma hoje cerca de 30 mil engenheiros por ano, um número muito inferior se compararmos à Rússia, que coloca no mercado 120 mil profissionais dessa área, à Índia, que dispõe de 190 mil, e à China, que tem diplomado cerca dez vezes mais engenheiros que o Brasil.
Outro fator, não menos importante que os anteriores, é o investimento em pesquisa mineral no País, considerado por muitos especialistas como escasso. A não realização da chamada pesquisa geológica básica do solo brasileiro, que tem o potencial de indicar o potencial de descoberta de minerais, pode reduzir e até afastar o interesse de empresas estrangeiras em instalar e investir no País. Cerca de 20% do território brasileiro tem cobertura numa escala que permite identificar a presença de jazidas
Não podemos esquecer que para superar estes e outros obstáculos ainda há muito a ser discutido e implantado no setor, com a criação de órgãos de regulamentação e de fiscalização, como o Conselho Nacional de Política Mineral, a Agência Nacional de Mineração e o Marco Regulatório da Mineração. A discussão passa ainda pela implantação e consolidação da política para a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais, chamada também de royalties da mineração. Todas essas ações estão previstas no Plano Nacional de Mineração 2030, lançado pelo Governo Federal, e que tem como objetivo garantir uma indústria forte e competitiva e que norteará o setor mineral brasileiro nos próximos 20 anos.
De qualquer forma, apesar da aparente desaceleração do mercado chinês e da crise européia o setor ainda se mostra aquecido. É a hora, portanto, do fortalecimento da indústria no Brasil e consolidação da atividade para garantir um lugar de destaque no cenário mundial. Por isso, as mineradoras precisam estar preparadas para enfrentar esses e outros desafios que ainda virão e ficar atentas para não perder os benefícios que o desenvolvimento trará a rebote.
Eduardo Martins é Diretor de Desenvolvimento de Negócios para o setor de Mineração da KPMG no Brasil |
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VIERNES, OCTOBRE, 29, 2021 | 15:31 | |
Serviços crescem 0,5% em agosto e atingem maior patamar desde 2015 | |
O volume de serviços cresceu 0,5% na passagem de julho para agosto, quinta taxa positiva seguida, acumulando no período ganho de 6,5%. Com isso, o setor está 4,6% acima do patamar pré-pandemia e alcança o nível mais elevado desde novembro de 2015. Apesar do crescimento, o setor ainda está 7,1% abaixo do recorde histórico, alcançado em novembro de 2014. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje (14) pelo IBGE. |
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