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MIÉRCOLES, JULIO, 18, 2012 | 18:5 | |
Mineração: Minas recebe investimentos bilionários | |
O cenário internacional é de crise, o ambiente tributário prevê alta nas alíquotas e nas taxas, e o custo burocrático segue alto. Ainda assim, o setor mineral vai investir mais de R$ 150 bilhões no Brasil até 2016. Minas Gerais, como maior Estado produtor de minério de ferro do Brasil, deve ficar com a maior fatia desse bolo: cerca de R$ 100 bilhões.
As previsões otimistas, divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), se justificam, segundo o presidente da instituição, José Fernando Coura, em função da demanda asiática, que ajuda a manter o alto preço internacional do minério de ferro e faz com que os investimentos no setor ainda sejam competitivos.
Mesmo com a perspectiva real de aumento na alíquota da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) de 2% do faturamento líquido para 4% do faturamento bruto, os ativos minerais continuam lucrativos. "Levando em conta todo esse possível aumento de custos, conseguimos desenvolver um projeto muito competitivo, ao custo de US$ 80 por tonelada", explica o presidente da Ferrous, Jayme Nicolato.
A empresa está investindo US$ 1,5 bilhão para produção de 15 milhões de toneladas de minério de ferro até 2016 na região de Congonhas. Com o projeto operando, o custo deverá cair para US$ 30 a tonelada, enquanto essa mesma quantidade de minério é vendida por cerca de US$ 140 no mercado internacional. Até 2025, o objetivo da empresa é produzir 40 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.
O maior projeto do setor no Brasil é o Carajás SD11, no Pará, para o qual a Vale conseguiu no último mês a licença prévia para explorar um dos maiores depósitos de insumo siderúrgico do planeta. Serão R$ 40 bilhões de investimento para uma exploração anual estimada em 90 milhões de toneladas de minério de ferro.
Minas. José Fernando Coura diz que os novos investimentos devem gerar, em todo o país, entre 80 mil e 90 mil empregos. Desse total, segundo ele, Minas Gerais deve ficar com 40 mil dos novos postos de trabalho. "Além disso, 100% dos projeto de engenharia sairão de escritórios em Minas Gerais".
Produção
Aumento. Já para este ano, o Ibram calcula uma alta de 9% na produção mineral do Estado em relação a 2011, passando de 466 milhões para 510 milhões de toneladas de minério de ferro.
Fronteira
Norte de Minas concentra os investimentos
Apenas em projetos já em andamento, o Norte de Minas deve atrair mais de R$ 8,5 bilhões em investimentos. A maior parte deles são para explorar uma parte da megajazida de minério de ferro descoberta na região em 2008. Segundo cálculos preliminares, as reservas podem chegar a 10 bilhões de toneladas.
O anúncio mais recente na região é a confirmação do investimento da mineradora SAM em Grão Mogol. A empresa havia apresentado um projeto de R$ 3,2 bilhões em 2010, mas, no começo da semana, confirmou o projeto com aditivo de R$ 1 bilhão para já produzir em 2015. (PG)
Minientrevista - Mineração
"É impossível ter preço menor que a China. Nosso espaço vem da qualidade"
José Fernando Coura - Engenheiro de Minas Presidente do Ibram
Qual sua opinião sobre a movimentação do governo de retomar jazidas consideradas estratégicas?
Isso já foi desmentido pelo Cláudio Scliar (secretário de Exploração Mineral do Ministério de Minas e Energia). Acho, sim, que minerador é uma coisa e especulador é outra, mas o governo tem de ter cuidado para não punir o empresário sério.
O Ibram vai questionar na Justiça a taxa estadual de fiscalização mineral, que começou a vigorar neste ano?
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) já entrou com ação de inconstitucionalidade, que está tramitando no Superior Tribunal Federal (STF).
Enquanto o governo desonera alguns setores da indústria, o de mineração terá novas taxas e alíquotas mais altas. Esse Custo Brasil pode inviabilizar investimentos?
Não inviabiliza porque ainda somos competitivos. De cada tonelada de minério de ferro colocada na China, 15% tem a ver com mineração, o resto é logística. Mas o governo está entendendo que é preciso investir na produção. Eu tenho absoluta confiança que, após ter atacado esse problema dos juros altos, o governo vai atacar o problema do custo da energia, que, hoje, está quase matando alguns setores, como o de alumínio.
A medida do governo de Minas de isentar de taxa o minério beneficiado no Estado pode ajudar aindústria siderúrgica local?
Não, porque isso não é fator de atratividade. A indústria siderúrgica não vai investir porque o custo do investimento, da energia e dos tributos são muito altos. Hoje tem excesso de aço no mundo. Além disso, o aço chega ao Brasil da China mais barato do que o que é produzido aqui.
Como competir com a China, já que boa parte do setor minero-metalúrgico é estatal e tem impostos subsidiados pelo governo?
Sem falar no câmbio artificial. Simplesmente não dá pra competir. No setor mineral, conseguimos espaço pela qualidade do nosso ferro.
Por que a China, grande produtora, importa minério?
A demanda interna é muito maior que a oferta. O custo de produção do minério de ferro na China é alto, porque o minério deles é de baixa qualidade. Por isso que o preço do minério vai se manter alto, para remunerar a indústria mineral da própria China.
Essa dependência da China é um risco?
A China está construindo um país, por isso ela vai continuar sendo a principal indutora da indústria siderúrgica mundial. Só para a produção de aço, é um parque siderúrgico brasileiro por ano. Já no Brasil, ainda temos tudo a ser feito e construído, o que garante mercado para ferro e aço por muito tempo. (PG)
Fonte: Jogo do Poder |
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VIERNES, OCTOBRE, 29, 2021 | 15:31 | |
Serviços crescem 0,5% em agosto e atingem maior patamar desde 2015 | |
O volume de serviços cresceu 0,5% na passagem de julho para agosto, quinta taxa positiva seguida, acumulando no período ganho de 6,5%. Com isso, o setor está 4,6% acima do patamar pré-pandemia e alcança o nível mais elevado desde novembro de 2015. Apesar do crescimento, o setor ainda está 7,1% abaixo do recorde histórico, alcançado em novembro de 2014. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje (14) pelo IBGE. |
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