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| LUNES, MARZO, 17, 2014 | 09:24 | | |
| Preço remunerador estimulará plantio de trigo em 2014 | | |
Os preços remuneradores do trigo devem estimular o plantio da safra brasileira em 2014 e a colheita pode chegar a 7 milhões de toneladas, segundo a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno, que se reuniu na tarde desta terça-feira no Ministério da Agricultura. No Paraná, principal produtor de trigo do tipo pão no País, o preço da tonelada paga pela indústria é de R$ 800 aproximadamente. 'Os produtores estão animados com a previsão de preço', disse Flávio Turra, presidente da câmara e gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Segundo ele, os preços remuneradores do trigo podem levar os produtores do Estado a voltar a ampliar a área de trigo, que nos últimos anos foi substituída em parte pelo milho safrinha nas regiões em que os produtores têm como opção os dois grãos. Apenas no centro-sul do Estado, onde não é possível plantar milho segunda safra, o trigo têm espaço assegurado no inverno.
No ano passado, a produção brasileira de trigo foi de 5,7 milhões de toneladas, sendo que mais de 3 milhões de toneladas colhidas no Rio Grande do Sul. Segundo Turra, se o volume foi confirmado, as importações do grão para atender o consumo de cerca de 11 milhões de toneladas serão reduzidas. Em 2013 o Brasil precisou importar quase 70% das necessidades de moagem dos moinhos devido à restrição de oferta de trigo de qualidade no mercado interno.
O Paraná deve puxar o aumento da safra com 3,3 milhões de toneladas de trigo, seguido por Rio Grande do Sul, com 3,2 milhões de toneladas em 2014. 'O comportamento das exportações, mais uma melhoria positiva na qualidade vai melhorar também a produtividade', afirmou o assessor institucional da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Reino Pécala Rae. Segundo ele, o otimismo se traduz no aumento da capacidade de moagem, que estava há cinco anos em 10,5 milhões de toneladas anuais e passou para 11,5 milhões de t. 'A conjuntura está levando a um razoável otimismo do triticultor', considerou.
Preço mínimo
Apesar das cotações remuneradores do trigo no mercado interno, Hamilton Jardim, presidente da Comissão de Trigo da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, diz que o custo de produção deve subir em média 20% neste ano. No Rio Grande do Sul o custo de produção é de R$ 1,8 mil por hectare. Por isso, diz, é necessário que o governo reajuste o preço mínimo de R$ 531 para R$ 635/t (trigo pão). O aumento de 16% é negociado desde dezembro entre os ministérios da Agricultura e Fazenda. Apesar de o Paraná e outras regiões produtoras do Sudeste terem iniciado o plantio da safra 2014, até agora não houve resposta do governo sobre o pleito.
A expectativa era de que o acordo sobre o preço mínimo fechado hoje, mas nada foi divulgado e a decisão caberá ao Conselho Monetário Nacional. O preço mínimo de garantia é usado como referência para políticas públicas, como na compra do trigo para formar estoques reguladores. As reivindicações incluem também mais recursos para a subvenção do seguro rural, que no ano passado somou R$ 60 milhões. 'Se o governo não atender nosso pleito, será um balde de água fria no ânimo do produtor', afirmou Jardim.
Turra incluiu na lista um maior volume de recursos para a comercialização do trigo, que atingiu R$ 430 milhões em 2013. O atendimento desses pedidos é apontado pelos produtores como essencial para que a safra seja concretizada. 'O pessoal não pode ficar no escuro sem as regras para a safra', disse.
Fonte: Agencia Estado |
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