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MIÉRCOLES, FEBRERO, 05, 2014 | 06:50 | |
Mineração já usa madeira de reflorestamento no Estado do Ceará | |
A prática sustentável está cada vez menos dissociada das propostas mais racionais do desenvolvimento contemporâneo. A equação de impactos de atividades tradicionalmente apontadas como degradantes tende a ser mais positiva quanto melhor for o manejo que vise aumentar o potencial energético e, ao mesmo tempo, reduzir a emissão de gases geradores do efeito estufa. Uma empresa de mineração está em fase de instalação em Quixeré, no Vale do Jaguaribe, com a ambição de emitir menos gases do que ocorre atualmente. A chave para isso é o uso de árvores.
A exploração de calcário é uma das mais importantes atividades mineradoras do Estado. Demanda energia e no processo de calcinação (aquecimento) é utilizado o coque de petróleo, um produto sólido derivado de óleos pesados e com alto poder calorífico - sua queima, duradoura, libera maior energia.
O calcário é matéria-prima para a produção de cimento, de cal (utilizada na correção do Ph dos solos agrícolas), atua na fundição na metalurgia e na fabricação de vidros, dentre diversas utilidades. Um elemento necessário ao homem e, portanto, à indústria. Mas isso não a isenta como atividade de impacto ao meio ambiente.
Combustível vegetal
Pensando nisso, a Itatiba Mineração, em Quixeré, pretende substituir o uso do coque de petróleo como matriz energética em até metade da queima. Em seu lugar, madeira de reflorestamento com alto potencial calorífico. Os vegetais escolhidos foram o Eucalipto e o Capim Elefante, plantados em cinco hectares na fase experimental.
O calcário é uma das mais abundantes matérias-primas do Ceará. Abastece papel e celulose, construção civil, siderurgia, indústria química e termoeletricidade
O poder calorífico do Eucalipto, ou seja, sua madeira, como combustível, é de conhecimento secular indígena, mas que um dia ganhou importância, quando a Sociedade de Química de São Paulo, após diversos experimentos, finalizados em 1929, por Luiz Wanderley, professor de Física da Escola Politécnica de São Paulo, concluiu ser o produto uma benesse industrial.
A lógica da gestão ambiental é a sustentabilidade. As árvores como combustível permitem uma menor emissão de dióxido de carbono (CO2) como produto da queima, mas o plantio de árvores também é uma forma de dar um desconto na emissão de gases poluentes.
Reflorestamento
"A nossa proposta é contribuir com o meio ambiente em duas frentes: na substituição da matriz energética e no reflorestamento, para que a energia que utilizarmos não seja fruto de um desmatamento", afirma o engenheiro e empresário Antônio Neto, sócio da Itatiba Mineração.
Mas além do poder calorífico, a escolha do Eucalipto e do Capim Elefante se dá pela facilidade de plantio na Chapada do Apodi, onde está situada a Itatiba. O eucalipto tem uma necessidade maior de solos profundos, o que não é possível em qualquer lugar da Chapada, onde há solos rasos. O capim, como não tem raiz profunda, pode ser plantado em qualquer solo da Chapada do Apodi.
De acordo com Antonio Neto, o combustível vegetal na mineração é mais comum em outras regiões do País onde há maior abundância de água. "No Nordeste, somos pioneiros", afirma. A empresa criou o Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), com a finalidade de estudar fontes alternativas de combustíveis, visando substituir, ao máximo, a utilização de combustíveis fósseis (petcoke) por combustíveis oriundos da biomassa e por consequência, reduzindo os impactos gerados pela emissão dos gases oriundos do processo produtivo.
Vantagens
"O combustível vegetal como matriz energética é muito usado no Ceará, mas em cerâmicas e caieiras, que usam lenha. Em empresas grandes de exploração de calcário não é comum, especialmente porque existe forte demanda de água", afirma Alexandre Pinto, químico industrial e técnico da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace). Ele afirma que o combustível vegetal tem várias vantagens sobre o combustível fóssil, este que libera não somente dióxido de carbono, mas outros atrelados. Quando não existe a opção do combustível vegetal, o uso de filtro antipoluente, nas indústrias, é uma boa alternativa.
O empresário Antonio neto explica que foram investidos US$ 2,5 milhões em equipamentos e sistemas de controle e monitoramento ambiental. Com esta inovação, a empresa lança no mercado um produto ecologicamente correto. Os produtos da Itatiba Mineração irão abastecer os mercados da construção civil, siderurgia, pelotização, papel e celulose, indústria química e termoeletricidade.
O projeto de "Cal de Quixeré" é implantado em parte de uma área de 4.118 hectares, com reservas minerais lavráveis aferidas junto ao Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) e que superam 1,3 bilhão de toneladas de calcário calcítico.
Fonte: Diário do Nordeste |
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VIERNES, OCTOBRE, 29, 2021 | 15:31 | |
Serviços crescem 0,5% em agosto e atingem maior patamar desde 2015 | |
O volume de serviços cresceu 0,5% na passagem de julho para agosto, quinta taxa positiva seguida, acumulando no período ganho de 6,5%. Com isso, o setor está 4,6% acima do patamar pré-pandemia e alcança o nível mais elevado desde novembro de 2015. Apesar do crescimento, o setor ainda está 7,1% abaixo do recorde histórico, alcançado em novembro de 2014. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje (14) pelo IBGE. |
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