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MARTES, OCTOBRE, 29, 2013 | 17:35
 
A pujança agrícola do Centro-Oeste
 
O Centro-Oeste brasileiro tem uma população de aproximadamente 15 milhões habitantes, ou 7,5% dos 201 milhões do país - sendo Goiás o mais populoso da região, com 6,4 milhões, Mato Grosso com 3,2 milhões, Distrito Federal com 2,8 milhões e Mato Grosso do Sul com 2,6 milhões. A participação no PIB é de 8%, ou R$ 370 bilhões, e, espetacular, 41% da produção agrícola nacional. Lógico que o Distrito Federal, sem vocação para o campo, participa com apenas 0,4% da produção de grãos. A renda per capita é de R$ 24.953, puxada pelo Distrito Federal, que é o maior do pais, com R$ 58.489.

Mas o que chama mais a atenção, e tem representado a esteira do grande desenvolvimento da região, é a pujança agrícola - que nestas últimas três décadas deu um salto de eficiência - e a modernidade, que tirou a liderança produtiva no país, o que era da Região Sul, formada por Paraná, Santa Catarina e Rio Grade do Sul. Dos 41% de participação da região na produção de grãos, prevista para a safra de 2013/2014, de 195 milhões de toneladas, Mato Grosso produz 25%, Goiás 9% e Mato Grasso do Sul 7%. Sendo a região o maior produtor de soja do país, e a de milho também é expressiva.

O setor pecuário não fica atrás. Seu rebanho é de 70,2 milhões de cabeça de gado, e o estado exporta 250 milhões de toneladas de carne, gerando um faturamento de US$ 1,6 bilhão. Mas o que incomoda e impede maior desenvolvimento na produção do campo é a falta, ou a caótica situação da infraestrutura. Pelas péssimas estradas se perde boa parte da produção, o que diminui consideravelmente o lucro dos produtores. Ferrovias são incipientes para amenizar o escoamento das safras. Assim também com o nulo aproveitamento de hidrovias, portos que são distantes, mal estruturados, e aeroportos nem falar... Para se ter uma ideia desta desastrosa situação da nossa infraestrutura, nos EUA, para transportar uma tonelada de grão para qualquer distância do país, custa US$ 20 - e de Mato Grosso para o Porto de Santos ou Paranaguá, no Paraná, não sai por menos de US$ 150. Como ser competitivo com essas distorções de custo?

O produtor brasileiro faz verdadeiro milagre, e mesmo assim o Brasil está próximo de ser o maior produtor de grãos do mundo. Talvez já em 2014. Mesmo faltando armazéns e silos para guardar e proteger a nossa produção! Lógico que a região também produz muita cana da qual, com as suas múltiplas usinas, extrai milhões de litros de etanol.

É bom frisar que esse fantástico desenvolvimento agrícola, ocorrido nestas últimas três décadas, propiciou a chegada de diversas indústrias à região, desde a alimentícia e a farmacêutica, entre outras, até a automobilística. Na esteira deste progresso, o setor imobiliário cresce e se sofistica devido ao crescimento da renda da população, em consequência da melhor qualidade dos empregos.

Até o setor de turismo expandiu. Hoje a região representa 7% do turismo nacional, empregando mais de 2 milhões de trabalhadores. E se todas essas promessas do governo federal para construção de estradas, portos, hidrovias, ferrovias e aeroportos se consumarem nos próximos anos, baseando-se na vocação empreendedora da população local, a Região Centro-Oeste dará um salto extraordinário na sua economia, com alta distribuição de renda e qualidade de vida à altura que a população merece.

Fonte: Jornal do Brasil
 
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