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LUNES, OCTOBRE, 21, 2013 | 13:52
 
Goiás poderá produzir gás
 
O grupo americano Avlis Group está desenvolvendo um projeto em parceria com o governo de Goiás para produção de biogás a partir do aproveitamento do lixo doméstico produzido nas principais cidades do Estado. O foco é aproveitar os resíduos sólidos domésticos de regiões metropolitanas como Goiânia e o Entorno de Brasília para produzir gás em biodigestores e gerar riqueza do que seria simplesmente descartado em aterros sanitários.

De acordo com José Luís Silva, executivo do grupo que cuida dos projetos com o governo, o projeto prevê investimentos de R$ 1,2 bilhão e que uma unidade poderá entrar em funcionamento já em 2014. "O fundamental é aproveitar os resíduos do grande volume de lixo doméstico produzido, gerar gás em biodigestores com tecnologia já testada e aprovada e usar esse gás para abastecer a indústria que tem enorme demanda por energia. Polos industriais de referência nacional como o Daia em Anápolis são carentes por energia e há um grande potencial sendo desperdiçado", explica.

Os estudos mostram que Goiás é dependente de gás que vem de fora e que pode ser produzido aqui mesmo. "O que falta é vontade política, capacidade operacional e investimentos adequados nos locais corretos", comenta o executivo. José Luis Silva frisa haver pesquisas apontando que o plano energético de Goiás "deixa muito a desejar" e que o governo do Estado pretende mudar essa realidade.

As conversações com o governo indicaram uma intenção do governador Marconi Perillo de promover uma mudança radical nesse setor. Uma empresa pública criada para gerir a utilização de gás e fazer a distribuição está engatinhando. "A Goiás Gás não tem ainda uma política definida do que é o aproveitamento da capacidade de geração de gás no Estado e falta um plano de atuação na venda de gás em escala industrial", frisa.

Capacidade

Os investimentos previstos de R$ 1,2 bilhão apontam para a possibilidade de produção de 480 mil metros cúbicos de gás por dia utilizando o lixo doméstico somente dessas duas regiões metropolitanas. Estão previstas instalações de quatro biodigestores que farão a "incineração de não recicláveis" e, por ser autossustentável produz gás e energia limpa.

Parte do lixo produzido pela população será destinada a essa transformação nos biodigestores com capacidade para utilização de 500 toneladas de lixo por dia. A produção de gás terá basicamente dois destinos: geração de energia elétrica, queimando esse gás metano em usinas apropriadas para isto e poderá também ser enviada através de gasoduto para centros de utilização, como polos industriais.

O polo farmoquímico de Anápolis poderá ser grande usuário do gás produzido nessas usinas de biodigestores. Outra grande demanda por gás e energia são montadoras de veículos com suas enormes linhas de montagem. A possibilidade de envase desse gás também é uma viabilidade estudada pelos técnicos para utilização em frotas de veículos e venda em postos especializados para esse fim.

Apoio

O secretário especial do governador Marconi Perillo, Dário Paiva, é o principal articulador do projeto junto ao governo e é grande entusiasta dos benefícios que poderão acompanhar os investimentos. "Sabemos que um projeto audacioso como esse gera inúmeros benefícios como a geração de 3.500 empregos diretos num primeiro momento e a grande redução do impacto ambiental que os depósitos de lixo geram", comenta Dário.

O projeto piloto do grupo no Brasil é em Goiás e terá investimentos de grupos da Alemanha e dos Estados Unidos e prevê também ações de educação ambiental para a população. José Luis Silva comenta ser necessário "educar a sociedade de que lixo não é lixo, mas pode ser uma fonte de energia e renda para o Estado". Além do valor econômico há o valor ambiental que será fartamente explorado para agregar valor e imagem ao projeto.

"Pretendemos fazer uma revolução na geração de energia com o gás produzido com o lixo e isto será um marco no desenvolvimento de Goiás", finaliza.

Fonte: Diário da Manhã
 
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