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MIÉRCOLES, ENERO, 05, 2011 | 15:10
 
Obras de infraestrutura impulsionam comércio de equipamentos
 
A necessidade de realizar obras que acabem com os problemas de infraestrutura no País está movimentando setores como o de equipamentos para construção. Com um crescimento de 70,5% no volume de vendas em 2010 em relação a 2009, o setor alcança 70,5 mil unidades comercializadas e supera a expectativa dos fabricantes. A proximidade de eventos esportivos como a Olimpíada e a Copa do Mundo deve manter o setor aquecido e, segundo estudos da Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema), fazer com que no próximo ano haja um crescimento de 10,3% nas vendas.

Os resultados obtidos pelo setor de equipamentos este ano superaram a alta histórica de 2008 - que apresentou aumento de 38% nas vendas. No estudo da Sobratema, a linha amarela - que inclui equipamentos como retroescavadeiras e rolos compactadores - foi a que mais se destacou em 2010, alcançando 24,9 mil unidades vendidas.

A comercialização de plataformas aéreas também impulsionou grande parte desse crescimento, já que foram três mil unidades vendidas e um aumento de aproximadamente 233% em relação ao ano anterior. "Esperamos consolidar o faturamento do setor entre R$ 6 a 8 bilhões neste ano", afirma Mário Humberto Marques, presidente da Associação. "Tínhamos previsto um crescimento de 24%, mas nos surpreendemos."

Com mercado dominado por fabricantes internacionais, o setor ainda enfrenta problemas com a carga tributária e as taxas para importação do Brasil. Para tentar diminuir os impactos, os fabricantes procurem expandir seus negócios. A Terex Latin America, empresa americana do Grupo Terex - um dos maiores fabricantes de equipamentos para construção do mundo, planeja em 2011 construir uma nova fábrica no País, diminuindo a dependência das importações. "Iremos construir uma filial no Rio Grande do Sul para trazer mais produção ao Brasil, já que ainda importamos 80% de nossos produtos. Em cinco anos reduziremos para 40%", diz André Freire, presidente da Terex Latin America. A empresa registrou este ano um faturamento de R$ 678 mil - alta de 36% em relação a 2009. Um dos grandes responsáveis por esse aumento foi a venda de plataformas aéreas, correspondendo a cerca de 30% de seu mercado.

Expansão é também algo pensado pela sueca Volvo. Diante do crescimento do setor e de seu desempenho no Brasil, a empresa irá elevar a capacidade da fábrica. "Temos uma unidade no País e há muito potencial a ser explorado, por isso queremos expandi-la", diz Yoshio Kwakmi, presidente da Volvo Construction Equipaments Latin America. "Nossa participação no mercado brasileiro é de aproximadamente 17%, dependendo do equipamento." A Volvo aumentou seu volume de vendas no País em 80%, chegando a 2,4 mil unidades comercializadas até setembro deste ano, em relação ao mesmo período de 2009.

Outra motivo para o otimismo dos fabricantes de equipamentos para construção é a perspectiva de grandes investimentos do governo federal em obras de infraestrutura. Somente no PAC II (continuação do Programa de Aceleração do Crescimento anunciado em 2007) deverão ser investidos R$ 958,9 bilhões nos próximos quatro anos, sendo previstas verbas para o setor de logística e habitação.

Entretanto, há muita burocracia para a execução dos projetos e, segundo monitoramento do governo, apenas 62% das obras previstas foram finalizadas até outubro de 2010. "Existem muitas obras de infraestrutura que precisarão ser feitas, mas a Copa e as Olimpíadas impulsionarão para um andamento mais rápido", afirma Antonio Bonassi, presidente da câmara setorial de máquinas rodoviárias da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Na confiança do crescimento contínuo do setor, a americana Case New Holland que tem sua produção voltada para equipamentos pesados destinará mais recursos em 2011. "Investiremos no País R$ 650 mil até 2012 para o setor de construção. Nos últimos cinco anos a competitividade aumentou muito e iremos trazer novos modelos de equipamentos para garantir o mercado", diz Carlos França, responsável pelo setor de inteligência de mercado da Case no Brasil.

Fonte: iG
 
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